Vereador Julio Mariano fala sobre as heranças que a duplicação da Raposo Tavares está deixando para o município
Já se passaram mais de dez anos quando ouvimos pela primeira vez que o Governo do Estado de São Paulo pretendia construir um contorno que retiraria a passagem da Rodovia Raposo Tavares e, consequentemente, o trânsito da área urbana de nossa cidade. Inicialmente foi construído o contorno que até hoje é chamado de “provisório”, mas que se tornou “permanente” porque, de certa forma, atendia algumas das necessidades de nosso município.
Em julho de 2015, o Governador Geraldo Alckmim esteve em nosso município para dar início às obras de “prolongamento do contorno” da referida rodovia. Nesta oportunidade, foi entregue o novo retorno do Km 58,5, cujo desvio começa no Jardim Villaça. Esta obra vinha com uma alternativa para evitar que os veículos passassem pelo trecho central de São Roque melhorando a fluidez e segurança viária, reduzindo o tempo de viagem no trecho em torno de cinco a dez minutos.
Pouco tempo depois teve início a duplicação da Rodovia, a partir de seu eixo central, no trecho entre a rotatória da Vila Nova São Roque e a cidade de Mairinque. Com o término das obras, a única certeza que ficou para o cidadão são-roquense é que esta obra não foi pensada para beneficiar o município, mas, sim, os usuários que passam pelo nosso município pela rodovia.
“É lamentável que as autoridades competentes da época não tenham exigido que os anseios da população fossem atendidos. Se a chegada do prolongamento da rodovia fosse antes do retorno do Bairro do Taboão, sem dúvida hoje nossa cidade não estaria com o trânsito que está. Se no Bairro do Marmeleiro fosse construída uma rotatória a vida dos moradores daquela região estaria bem melhor”, fala o vereador.
Questionado sobre a duplicação da rodovia e as dificuldades causadas à população, através de Ofício enviado pelo vereador, o Governador do Estado respondeu que “os projetos desenvolvidos contaram com a participação da Prefeitura do Município e por ela foram aprovados”.
Julio Mariano também enviou oficio à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado (ARTESP), questionando se ouve estudo do impacto das águas pluviais nas obras de duplicação e o prolongamento da Rodovia devido à grande impermeabilização de solo que ocorreu com as obras e, para sua surpresa, a resposta foi que foram seguidos estritamente os manuais e as normas vigentes dos órgãos fiscalizadores, e se restringiu aos limites da faixa de domínio da rodovia.
Para o vereador as constantes enchentes que têm acontecido no município hoje, não se devem somente ao assoreamento dos rios, mas, também, à estas obras e ele acredita, ainda, que a única saída seria a construção de piscinões em lugares estratégicos.
Em outro Ofício, Julio Mariano consultou o Governador do Estado sobre a possibilidade de enviar recursos para se criar interligações entre os bairros para amenizar a situação é a resposta foi que a obra atende as necessidades dos cidadãos do entorno.
“Hoje nosso município ficou refém destas obras. Resolvem-se os problemas dos usuários da rodovia sem se preocuparem com a população. Eu, que moro na região do Marmeleiro, acompanho o quanto a população está sofrendo. Tem morador que pra vir para São Roque, antes tem que passar pela cidade de Mairinque. Ao ver como o trânsito em nossa cidade ficou, ainda tenho que acreditar que o ‘tal’ do ‘contorno provisório’ um dia ainda vai ser substituído pelo ‘contorno definitivo’”, finaliza o Vereador Julio Mariano do PSB da cidade de São Roque.