Preso custa mais que estudante no Brasil

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Darcy Ribeiro, sociólogo ( e nacionalista acima de tudo), em 1982, fez uma profecia ao dizer que se os governadores não construíssem escolas, em 20 anos, faltaria dinheiro para construir presídios. O fato se cumpriu. Estamos aqui reunidos diante de uma situação urgente.

A previsão, se o crescimento da população carcerária mantiver o ritmo, é de que o Brasil supere a marca de 1 milhão de detentos em 2022.

Hoje falta dinheiro para construirmos presídios, porque, no passado, houve descaso com o investimento na educação. Ainda nos dias atuais, a verba para a educação de jovens é relevada a um segundo plano. Por exemplo – um preso custa R$ 2,4 mil por mês, (total R$ 28,8 mil por ano), e um estudante do ensino médio custa R$ 2,2 mil por ano.

Temos que exigir qualidade no ensino e menor desigualdade. Países com menos desigualdades geram um povo educado, e consequentemente menos violento. Em 2013, um estudo do Departamento de Economia da USP mostrou que para cada investimento de 1% em educação, 0,1% do índice de criminalidade era reduzido.

O Estado tem a obrigação de garantir às necessidades do cidadão, assegurando o direito de viver sem medo, sem medo do outro, sem medo de andar na rua, sem medo de saber o que vai acontecer com o seu filho.

A situação da segurança pública é assustadora, não só em São João Novo e Maylasky, mas em todo o país. Vivemos em um constante estado de guerra. A cada 9 minutos uma pessoa é morta violentamente. O Brasil registrou mais mortes em cinco anos do que a guerra da Síria.

A escola, como sempre, é um meio de transformação. Mas estamos falando de uma boa escola: com professores valorizados, bem formados, para que crianças possam sonhar com um futuro que não seja miserável. E como disse Caetano Veloso em uma de suas canções – “Gente é pra Brilhar, não pra morrer de fome”.

Alexandre Pierroni é Veterinário há 20 anos em São Roque, Vereador e Secretário da Comissão Permanente de Saúde e Educação da Câmara Municipal.

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